Doença renal e consumo de proteínas?

Nosso médico nefrologista explica um pouquinho sobre a relação entre ingestão de proteínas e saúde renal

Você sabia que a ingestão proteica excessiva pode acelerar a perda do funcionamento renal?? 

Nosso médico, Dr. Heitor Rocha, nos explica sobre a ingestão de proteínas e a quantidade ideal para seu consumo, dependendo da taxa de filtração glomerular e das comorbidades de cada paciente.?

E?tem informação bônus sobre suplementos! Leia até o final:??

Por que as proteínas podem?causar alterações??

Uma dieta baseada em um alto consumo proteico tem como consequência uma geração exagerada de ureia, que é normalmente filtrada e eliminada pelos rins normais. Quando há algum grau de doença renal crônica, há prejuízo na sua eliminação e ocorre seu acúmulo no organismo.

“Essa substância em excesso pode causar vários prejuízos ao organismo, dentre eles, toxicidade ao sistema nervoso central, arritmias cardíacas e sangramentos no trato gastrointestinal”, explica.? 

Além disso, uma sobrecarga proteica (por ingestão aumentada por exemplo), leva a?hiperfiltração?glomerular renal e suas consequências deletérias à médio e longo prazo.?

Qual a quantidade ideal de ingestão de proteínas? A qualidade importa? Como deve ser sua distribuição?diária?

O objetivo de nosso texto não é incentivar o abandono às proteínas, o que pode causar desnutrição crônica e perda de massa muscular, mas sim lembrar que é preciso ajustar a?ingestão de proteínas na dieta do paciente renal crônico conforme sua taxa de filtração glomerular. Ou seja, o termo correto é EQUILIBRIO.

O controle das quantidades é importante e deve ser individualizado; por exemplo, pessoas com taxa de filtração glomerular entre 30 e 60ml/min/1,73m² (para os leigos, entre 30% e 60% de funcionamento renal) devem consumir aproximadamente 0,8-1,2gramas de proteína para cada quilo do peso corporal. Logo, o consumo recomendado para uma pessoa de 70 quilos com esse nível de função renal deverá ficar entre 56 gramas a 84 gramas diariamente – por exemplo,?100 g de carne vermelha possui aproximadamente 20 g de proteína e 100 ml de leite de vaca tem aproximadamente 7 g de proteína.?

Além da quantidade, a qualidade também é fundamental, sendo recomendados a ingestão de?proteínas?de alto valor biológico, que são aquelas que contém todos os aminoácidos essenciais em sua composição. Assim, a ingesta proteica deve ser?balanceada, contendo fontes proteicas variadas, como laticínios, leguminosas e carnes brancas (como peixes, aves e carne de porco), com redução de carnes vermelhas.? As?proteínas?vegetais geralmente tem menor valor biológico e menor aproveitamento/digestibilidade do que as?proteínas?animais.?

Assim, se a quantidade de ingesta proteica?calculada para um paciente foi de 80g/dia, o ideal é que ela seja fracionada em 04 refeições com 20g de?proteina?em cada uma delas. Ou seja, o termo correto é FRACIONAMENTO.? 

Idealmente, todo paciente renal crônico deve fazer acompanhamento, além do médico nefrologista, com uma nutricionista especializada em doenças renais, principalmente em estágios mais avançados de sua doença.? 

Os suplementos sobrecarregam os rins?

Muitas pessoas adeptas à prática esportiva, como a musculação, por exemplo, têm o hábito de consumir suplementos a base de proteínas. Porém,?toda suplementação nutricional deve ser realizada apenas com a aprovação e o acompanhamento médico e de nutricionistas, para se determinar a real necessidade, bem como o tipo e o melhor momento do dia para se fazê-la, já que se forem?consumidos em excesso, pode ocorrer?hiperfiltração?glomerular crônica (aumento do trabalho dos rins), que pode levar à perda renal em médio/longo prazo.? 

Como avaliar minha saúde?

Além de manter um peso adequado e uma dieta balanceada, evitando os regimes?hiperproteicos?(baseados no consumo único de proteínas) é extremamente importante realizar uma avaliação inicial com um médico Nefrologista, para se diagnosticar a presença de doença renal crônica em estágios iniciais, já que é uma doença SILENCIOSA (SEM SINTOMAS) nas fases mais precoces de sua instalação.

Três exames que são indispensáveis na avaliação são: o ultrassom do aparelho urinário, a dosagem de creatinina e o exame de urina simples (EAS ou Urina tipo 1).

Dicas gerais

Por fim, nosso médico nos lembra algumas dicas valiosas: evite embutidos como as salsichas, presuntos e salames (porque possuem muito sal, conservantes e muito fósforo),?beba água em quantidades adequadas para seu peso, coma pouco sal, controle seu peso, controle o estresse diário, controle sua pressão arterial e seus níveis glicêmicos.? 

Saiba também sobre a relação da obesidade e a saúde dos rins.

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