Entenda por que a assistência psicológica é fundamental no tratamento dos pacientes renais
A insuficiência renal consiste na perda da capacidade do bom funcionamento dos rins. Quando a atividade dos órgãos cai e chega em 30%, temos caracterizada uma insuficiência.
A Insuficiência Renal Crônica e o tratamento hemodialítico provocam uma sucessão de situações, para o paciente renal crônico, que compromete, além do aspecto físico, o psicológico, com repercussões pessoais, familiares e sociais.
A necessidade de mudar sua rotina para incluir as sessões de hemodiálise, as restrições alimentares e algumas outras limitações, podem acabar gerando ansiedade e até depressão.
O atendimento psicológico auxilia na busca pela aceitação do processo e principalmente na adesão ao tratamento, viabilizando ainda a proposta de autocuidado, favorecendo o entendimento do processo de adoecimento sobre outra perspectiva. Em outras palavras, os esforços empreendidos são direcionados para a promoção de um atendimento integral e colaborativo, visando proporcionar mais qualidade de vida a estas pessoas.
Segundo nosso psicólogo, Lucas Simião, com todas essas mudanças é comum que ocorra uma “distorção” dos pensamentos, emoções e sentimentos. Diante disso, precisamos então ajudá- los a ressignificar esse processo. Veja o vídeo abaixo:
A associação de cuidado humanizado da equipe de saúde (incluindo apoio psicológico) mais suporte familiar trazem muitos benefícios, um deles é a maior adesão do paciente renal ao tratamento.
Segundo nosso psicólogo, é possível constatar através de artigos científicos e da experiência na clínica, que apesar das mudanças na rotina, os pacientes renais crônicos costumam garantir e manter uma boa qualidade de vida devido à adaptação psicológica. Os recursos de enfrentamento de forma positiva possibilitam uma melhor adaptação.
Essa adaptação vem, através da resiliência, inteligência emocional e outras habilidades fortificadas na assistência psicológica.
SUPORTE FAMILIAR CASO 1
A nefrologista, professora da USP (Universidade de São Paulo) e filha de um paciente da Nefroclínica, Samira Abreu Gomes, conta que, mesmo já prevendo que seu pai um dia precisaria de uma hemodiálise, a confirmação da necessidade do tratamento causou um baque para toda a família.
“Nossa família sempre foi muito unida e se uniu mais ainda com esse acontecimento. Fizemos de tudo para contornar juntos essa situação e dar todo o apoio ao papai. Para mim, foi desde o começo um aprendizado, não como médica, mas como filha”, conta.
Ela conta ainda que em alguns dias o pai está animado, em outros nem tanto. “Não é fácil ter essa obrigação três vezes por semana, durante quatro horas. Mas meu papel é mostrar para ele que a hemodiálise não é um procedimento que vem para colocar sua vida em risco, mas sim é uma oportunidade de sobreviver. E hoje em dia os medicamentos e máquinas são muito modernos e seguros”.
“Eu, minha mãe e meus irmãos procuramos tornar a vida dele a mais normal possível. Ele viaja, faz o tratamento em trânsito, pesca, cozinha…”
Samira diz que participa 100% do processo. “Tenho muito carinho por todos os profissionais que o atenderam até hoje. O nefrologista não cuida só do paciente renal, ele está em contato direto com a família. Aliás, a equipe da hemodiálise, desde a recepção, o pessoal da limpeza, os médicos, nutricionista, psicólogo se tornam sua segunda família”.
SUPORTE FAMILIAR CASO 2
Outra filha que conta sobre o tratamento do pai, portador de insuficiência renal e que faz hemodiálise na Nefroclínica, é a secretária Letícia Karolayne Siqueira:
“Quando descobrimos o diagnóstico ficamos triste, assustados, apreensivos, mas a família se manteve unida, com pensamentos positivos que tudo ia ficar bem. Entregamos nas mãos de Deus, e nos mantivemos sempre presentes na vida do meu pai, demonstrando todo o nosso amor”.
“Nós filhos, temos que saber entender e dialogar da melhor forma possível com os pais que passam por qualquer tratamento. Em alguns, como na deficiência renal, a aceitação não é fácil. O processo é difícil e doloroso, mas temos que ajudá-los a compreender que é necessário”.
Letícia conta que no caso do meu pai, ele aceitou bem a hemodiálise, e se sente bem ao ir fazer o tratamento. “Só temos sempre que reforçar o quanto é importante essa etapa e estar sempre ao lado dele, o ajudando, compreendendo, demonstrando o quão importante ele é em nossa vida”.
E ela finaliza: “meu pai é um homem muito guerreiro, forte, persistente, não desisti de ir atrás do que lhe faz bem, não mede esforços para nos agradar. Mesmo com a hemodiálise, ele não se deixou abalar, e continua com a mesma garra que ele sempre teve, não abandonou o serviço, não se revoltou contra o tratamento, muito pelo contrário, quando chega o dia de ir, ele vai com alegria, pois sabe que ele precisa e é isso que o mantém vivo”.
E todo esse apoio é fundamental para que o paciente renal persista no tratamento e viva mais e melhor!
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